encontrava-me agora sentada no chão, encostada a uma das inúmeras portas dos quartos daquela mansão. eu ouvia o seu respirar a metros de distância, a procurar-me. ouvia cada passo, ouvia a maneira como se aproximava a cada passo que dava. eu chorava silenciosamente, e sentia todo o sangue das feridas que ele me causara em cada milímetro da minha pele semi-nua. apertei com ainda mais força a faca que segurava na mão, e devagar levantei-me, encostando o ouvido à porta. ele aproximava-se, e eu tinha de fazer alguma coisa para aquele pesadelo acabar. ele matara todas as minhas amigas, só restava eu. quem era ele? senti-o mesmo em frente à minha porta, e como por instinto, abri a porta rapidamente, e preparava-me para lhe o atacar, mas não. ele conseguiu agarrar-me a tempo, encostando-me à parede. foi naqueles meros segundos que eu olhei para a sua cara suada e ensaguentada. eu estava completamente chocada. era ele, a pessoa com que eu dias antes desejara viver os próximos dias da minha vida. era ele, ali à minha frente, agarrando-me com uma arma de fogo numa mão, e uma navalha enorme na outra. era ele, o meu noivo. mas porquê? perguntei-lhe meia a chorar, meia a gritar. porquê? «eu só te quero proteger», passo a citar.